O caso Eloá esfriou.
Nenhum caso trágico digno de sensacionalismo desfila na imprensa.
O resultado das eleições dos EUA começa a ser analisado através da mídia. Afinal, trata-se dos EUA e da eleição de um presidente negro, bastante simbólico em um país que já se destacou como um dos mais racistas.
Mas o sensacionalismo é mais do que isso, logo estava faltando algo nesta semana.
E um fato surge, através da divulgação da notícia sobre uma Escola Pública onde os alunos promovem uma desordem geral, assumindo praticamente o comando.
Esse incidente entristece a todos que trabalham com a “Educação”, como eu, e entristece também ao povo que tem consciência que a Escola é a base para a formação de verdadeiros cidadãos, capazes de valorizar e defender o espaço que lhes cabe.
O que se perdeu no tempo?
O que acontece com os nossos jovens?
O que aconteceu com os valores da sociedade?
O que aconteceu com a educação?
Acho que esse é o momento certo para reflexão e, a mídia com todo o seu poder que lhe é característico poderia assumir e dirigir essa reflexão.
Que tal começar?
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
domingo, 2 de novembro de 2008
A Mídia Errou?
Na ultima aula de Mídia e Poder do curso de Pós Graduação da Casper Libero discutimos o papel da mídia no caso Lindemberg.
O artigo da folha de São Paulo, caderno Mais, do dia 26 de outubro colocava em questão a atuação da mídia nesse caso, indagando se o exagero na cobertura não transformou o assassino em celebridade nacional.
Outra colocação bastante séria: “A busca insensata dos picos de audiência as levou a se tornarem cúmplices involuntárias de um assassinato”.
Ou ainda: “espetacularização das TVS exarcebou mecanismo mental arcaico do seqüestrador”.
A verdade não podemos negar, é que a imprensa realmente exagerou na forma de transmissão se analisamos até a entrevista dada pelo assassino a uma entrevistadora da TV, pessoa sem nenhuma qualificação técnica (não era a sua função logo não precisava ter essa qualificação) e que poderia dar um rumo incerto para o caso, e até mesmo poderia incentivar um final trágico.
Mas gostaria de fazer um comentário enaltecendo essa mesma mídia.
Apesar de sensacionalismo, de esgotar o assunto, e de cansar o publico, a mídia conseguiu fazer com que as pessoas parassem um pouco e pensassem em valores ultimamente esquecidos, como o papel da família na educação das crianças e dos adolescentes.
Ouvi na rádio um psicólogo afirmando: “os pais costumam colocar grades nas janelas, nas portas, e nas escadas quando as crianças são pequenas para protegê-las. Depois as crianças crescem e os pais não colocam mais as “grades”, esquecendo de protegê-las. E, assim ela ficam soltas, expostas à muitos perigos. Será que os pais, ao tirar a grade, não deveriam criar uma nova proteção que poderia ser o dialogo, o acompanhamento, o aconselhamento, a amizade?
Essa declaração demonstra a preocupação com a educação e com a forma de orientação aos jovens, para que eles possam fazer suas opções de forma mais segura.
Essa e outras analises, geralmente efetuadas por psicólogos e psicanalistas foram importantes para a reflexão das pessoas que convivem e são responsáveis pelos adolescentes.
Nesse sentido achei valioso o trabalho da mídia: o poder de estimular a reflexão ,de levar às pessoas a repensarem o seus valores.
Neste aspecto a mídia acertou, ninguém pode contestar.
Na ultima aula de Mídia e Poder do curso de Pós Graduação da Casper Libero discutimos o papel da mídia no caso Lindemberg.
O artigo da folha de São Paulo, caderno Mais, do dia 26 de outubro colocava em questão a atuação da mídia nesse caso, indagando se o exagero na cobertura não transformou o assassino em celebridade nacional.
Outra colocação bastante séria: “A busca insensata dos picos de audiência as levou a se tornarem cúmplices involuntárias de um assassinato”.
Ou ainda: “espetacularização das TVS exarcebou mecanismo mental arcaico do seqüestrador”.
A verdade não podemos negar, é que a imprensa realmente exagerou na forma de transmissão se analisamos até a entrevista dada pelo assassino a uma entrevistadora da TV, pessoa sem nenhuma qualificação técnica (não era a sua função logo não precisava ter essa qualificação) e que poderia dar um rumo incerto para o caso, e até mesmo poderia incentivar um final trágico.
Mas gostaria de fazer um comentário enaltecendo essa mesma mídia.
Apesar de sensacionalismo, de esgotar o assunto, e de cansar o publico, a mídia conseguiu fazer com que as pessoas parassem um pouco e pensassem em valores ultimamente esquecidos, como o papel da família na educação das crianças e dos adolescentes.
Ouvi na rádio um psicólogo afirmando: “os pais costumam colocar grades nas janelas, nas portas, e nas escadas quando as crianças são pequenas para protegê-las. Depois as crianças crescem e os pais não colocam mais as “grades”, esquecendo de protegê-las. E, assim ela ficam soltas, expostas à muitos perigos. Será que os pais, ao tirar a grade, não deveriam criar uma nova proteção que poderia ser o dialogo, o acompanhamento, o aconselhamento, a amizade?
Essa declaração demonstra a preocupação com a educação e com a forma de orientação aos jovens, para que eles possam fazer suas opções de forma mais segura.
Essa e outras analises, geralmente efetuadas por psicólogos e psicanalistas foram importantes para a reflexão das pessoas que convivem e são responsáveis pelos adolescentes.
Nesse sentido achei valioso o trabalho da mídia: o poder de estimular a reflexão ,de levar às pessoas a repensarem o seus valores.
Neste aspecto a mídia acertou, ninguém pode contestar.
Orgulho de ser cidadã!
No dia 26 de outubro, ao sair do colégio onde fui votar para às eleições do prefeito, comecei a observar as pessoas que entravam no colégio, as pessoas que se movimentavam entre as salas, as famílias, as pessoas, umas esperando as outras (talvez votassem em diferentes colégios) e na rua um movimento diferente dos dias “normais”. Alguns com pressa, outros andando calmamente, mas todos caminhando com a mesma finalidade: VOTAR.
Nesse momento, comecei a viajar no tempo e relembrei aquilo que não presenciei, mais que li nos livros. Uma época em que somente a elite (nobreza ou burguesia), enfim os ditos “ricos” é que tinham o privilégio de escolher seu governante. Alem disso, as “mulheres” eram impedidas, pois não eram consideradas “inteligentes” ou aptas a votar. Alias, mesmo quando foi dado a elas esse “privilégio” era apenas mera formalidade, pois ela não podia opinar e tinha que votar em quem seu marido escolhesse.
Fiquei arrepiada!!!!! Que época!!!!
Ainda nos livros, li sobre as pessoas que lutaram e morreram para que todos pudessem votar e que o voto fosse de forma secreta, onde cada um pudesse livremente escolher seu governante. Isso foi uma conquista extraordinária, resultado da perseverança de alguns e que beneficiou a tantos.
Minha viagem terminou e retornei aos dias atuais.
Nesse momento senti-me uma verdadeira cidadã : aquela que sai de casa determinada a lutar por um país melhor e que não se neutraliza por aspectos que são insignificantes comparados às lutas pelo direito de votar.
Desanimo, muita corrupção, candidatos que não agradam, sistema inadequado?
Não importa. Eu votei!!! Eu lutei para melhorar.
No dia 26 de outubro, ao sair do colégio onde fui votar para às eleições do prefeito, comecei a observar as pessoas que entravam no colégio, as pessoas que se movimentavam entre as salas, as famílias, as pessoas, umas esperando as outras (talvez votassem em diferentes colégios) e na rua um movimento diferente dos dias “normais”. Alguns com pressa, outros andando calmamente, mas todos caminhando com a mesma finalidade: VOTAR.
Nesse momento, comecei a viajar no tempo e relembrei aquilo que não presenciei, mais que li nos livros. Uma época em que somente a elite (nobreza ou burguesia), enfim os ditos “ricos” é que tinham o privilégio de escolher seu governante. Alem disso, as “mulheres” eram impedidas, pois não eram consideradas “inteligentes” ou aptas a votar. Alias, mesmo quando foi dado a elas esse “privilégio” era apenas mera formalidade, pois ela não podia opinar e tinha que votar em quem seu marido escolhesse.
Fiquei arrepiada!!!!! Que época!!!!
Ainda nos livros, li sobre as pessoas que lutaram e morreram para que todos pudessem votar e que o voto fosse de forma secreta, onde cada um pudesse livremente escolher seu governante. Isso foi uma conquista extraordinária, resultado da perseverança de alguns e que beneficiou a tantos.
Minha viagem terminou e retornei aos dias atuais.
Nesse momento senti-me uma verdadeira cidadã : aquela que sai de casa determinada a lutar por um país melhor e que não se neutraliza por aspectos que são insignificantes comparados às lutas pelo direito de votar.
Desanimo, muita corrupção, candidatos que não agradam, sistema inadequado?
Não importa. Eu votei!!! Eu lutei para melhorar.
A Historia sobre os jingles
Durante o mês de setembro e outubro fomos “ abarrotados” por propagandas políticas e “venda de candidatos” que desfilaram nos meios de comunicação como produtos de fácil acesso a todas as camadas sociais. Alias é o único “produto” oferecido ao rico e ao pobre, como remédio para todo os problemas.
Neste desfile, a forma mais popular e mais direta foram os jingles que atraíram pessoas das mais variadas idades e de diferentes níveis sociais.
Entretanto os jingles não são produtos do séc. XXI, ao contrario temos registros deles desde o final do séc. XIX.
Antes deles, no Brasil, no período do Império, em pleno séc. XIX as propagandas eram vinculadas nos jornais, através de desenhos ou palavras em negrito.
Os desenhos são substituídos a partir de 1875, pela caricatura que se torna mais um elemento de forte apelo visual. Por esse viés ilustrativo, a mídia impressa adquire identidade própria e argumentação, enfatizando as características do produto.
As primeiras canções, com os intuitos de propagandas comerciais musicadas, aparecem no final do séc XIX, demonstrando a qualidade dos produtos farmacêuticos. Mariano de Freitas Brito compõe a polca “ Imberibena”, enaltecendo o remédio para a digestão, editada em 1882; Eduardo França compõe a polca “ Lugolina” editada em 1894; e Xisto Baia compõe uma polca para o cigarro Suerdieck, no final do séc. XIX.
Mais tarde o radio começa a utilizar os jingles como forma de publicidade. Os jingles eram cantados de improviso no radio , no Programa Casé na radio Phillips.
A publicidade auditiva no Brasil obteve crescimento em 1932 quando o presidente Getulio Vargas autoriza a publicidade em rádios.
O 1° jingle (ainda não gravado) foi transmitido em 1932, criado por Antonio Nassara, locutor e redator de anúncios no programa Casé da radio Phillips. A propaganda era da Padaria Bragança cujo dono que inicialmente não havia concordado com a propaganda, ao verificar o resultado, tratou de assinar um contrato com a radio.
O 1° jingle gravado foi em 1935, gravado em vinil por Gilberto Martins para a Colgate Palmolive.
Os Jingles Políticos
No final do séc. XVIII, e inicio do séc. XIX são produzidas algumas sátiras políticas como a de 1929 quando o compositor Eduardo Sauto na musica “É, sim, senhor”, ridiculariza o presidente Washington Luis que ocultava o fato de ter nascido em terras fluminenses ,e sua política de abrir Estradas.
Da mesma forma, em 1935 uma outra sátira política comenta a perseguição ao comunismo no governo de Getulio Vargas.
Como campanha política encontramos diversos jingles antigos; Getulio Vargas (1950), Jânio Quadros, Ademar de Barros, Marechal Lott (1961). No período da ditadura militar, não ocorrendo eleições diretas para presidente e governador os jingles foram, assim como tantas outras coisas nessa época, silenciados.
A partir de 1990 houve em grande desfile de jingles políticos. Fernando Collor de Mello, Ulisses Guimarães, Lula, Fernando Henrique Cardoso, Lula (na vitória) e os atuais Marta Suplicy, Kassab etc.
Um jingle, nessa eleição, me deixou estarrecida: a de um candidato a prefeito na cidade de Palmas em Tocantins. A musica era de uma forma apelativa, exagerada, lembrando as promessas de candidatos da década de 50 e 60. A musica é cantada por crianças que repetem o refrão: “ O Raul vai cuidar de mim”.
Foi exagero? Eu acho. Mas pasmem. Ele ganhou estourado no 1° turno !!!!
Durante o mês de setembro e outubro fomos “ abarrotados” por propagandas políticas e “venda de candidatos” que desfilaram nos meios de comunicação como produtos de fácil acesso a todas as camadas sociais. Alias é o único “produto” oferecido ao rico e ao pobre, como remédio para todo os problemas.
Neste desfile, a forma mais popular e mais direta foram os jingles que atraíram pessoas das mais variadas idades e de diferentes níveis sociais.
Entretanto os jingles não são produtos do séc. XXI, ao contrario temos registros deles desde o final do séc. XIX.
Antes deles, no Brasil, no período do Império, em pleno séc. XIX as propagandas eram vinculadas nos jornais, através de desenhos ou palavras em negrito.
Os desenhos são substituídos a partir de 1875, pela caricatura que se torna mais um elemento de forte apelo visual. Por esse viés ilustrativo, a mídia impressa adquire identidade própria e argumentação, enfatizando as características do produto.
As primeiras canções, com os intuitos de propagandas comerciais musicadas, aparecem no final do séc XIX, demonstrando a qualidade dos produtos farmacêuticos. Mariano de Freitas Brito compõe a polca “ Imberibena”, enaltecendo o remédio para a digestão, editada em 1882; Eduardo França compõe a polca “ Lugolina” editada em 1894; e Xisto Baia compõe uma polca para o cigarro Suerdieck, no final do séc. XIX.
Mais tarde o radio começa a utilizar os jingles como forma de publicidade. Os jingles eram cantados de improviso no radio , no Programa Casé na radio Phillips.
A publicidade auditiva no Brasil obteve crescimento em 1932 quando o presidente Getulio Vargas autoriza a publicidade em rádios.
O 1° jingle (ainda não gravado) foi transmitido em 1932, criado por Antonio Nassara, locutor e redator de anúncios no programa Casé da radio Phillips. A propaganda era da Padaria Bragança cujo dono que inicialmente não havia concordado com a propaganda, ao verificar o resultado, tratou de assinar um contrato com a radio.
O 1° jingle gravado foi em 1935, gravado em vinil por Gilberto Martins para a Colgate Palmolive.
Os Jingles Políticos
No final do séc. XVIII, e inicio do séc. XIX são produzidas algumas sátiras políticas como a de 1929 quando o compositor Eduardo Sauto na musica “É, sim, senhor”, ridiculariza o presidente Washington Luis que ocultava o fato de ter nascido em terras fluminenses ,e sua política de abrir Estradas.
Da mesma forma, em 1935 uma outra sátira política comenta a perseguição ao comunismo no governo de Getulio Vargas.
Como campanha política encontramos diversos jingles antigos; Getulio Vargas (1950), Jânio Quadros, Ademar de Barros, Marechal Lott (1961). No período da ditadura militar, não ocorrendo eleições diretas para presidente e governador os jingles foram, assim como tantas outras coisas nessa época, silenciados.
A partir de 1990 houve em grande desfile de jingles políticos. Fernando Collor de Mello, Ulisses Guimarães, Lula, Fernando Henrique Cardoso, Lula (na vitória) e os atuais Marta Suplicy, Kassab etc.
Um jingle, nessa eleição, me deixou estarrecida: a de um candidato a prefeito na cidade de Palmas em Tocantins. A musica era de uma forma apelativa, exagerada, lembrando as promessas de candidatos da década de 50 e 60. A musica é cantada por crianças que repetem o refrão: “ O Raul vai cuidar de mim”.
Foi exagero? Eu acho. Mas pasmem. Ele ganhou estourado no 1° turno !!!!
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